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Nas Passarelas

Erika Linder

Andreja Pejic 

Stav Strashko

    A androginia surgiu como um novo status fashion, e seus personagens estampam hoje desfiles, campanhas e revistas. A onda de meninos transformados em meninas teve seu ápice em 2011, mas todos os dias surgem novos rostos que conquistam as passarelas e as grandes grifes mundiais. É comum reconhecer apenas dois tipos: homem mulher. A androginia pode estar no meio disso ou em ambos os tipos. 

Conheça alguns modelos que estampam e represetam muitas das maiores marcas da moda atual.

Fotos por Santiago and Mauricio

Campanha Diesel 2016 

Stav Strashko

O modelo de 20 anos nasceu na Ucrânia, mas mora em Israel e ficou conhecido pela recente campanha de automóveis Toyota, onde atua no papel de uma mulher. Atualmente Stav mora em Tel Aviv, onde trabalha para a agência israelense Elinor Shahar, que o descobriu. Não se incomoda de ser confundido com mulher – o que acontece o tempo todo, disse ele em recente entrevista a revista People (2015). O modelo também confessou que seu sexo para ele é muito claro e que sua aparência feminina é um plus que ajuda a abrir portas no seu trabalho, do qual se sente bastante orgulhoso.

 

Foto por Zhanna Bianca para Elle Itália Diesel 2016

Erika Linder

A sueca Erika Linder, hoje com 24 anos foi descoberta em sua cidade natal e logo levada para Los Angeles, onde deu início a sua carreira como modelo androgina. Muito comparada com o ator Leonardo Di Caprio quando mais novo, pelo seu charmoso sorriso largo, Linder aparece em editorias de revistas e marcas com o desgaste mais masculino, o que dá a bela modelo um destaque maior, dando início a uma nova tendência na moda. Atualmente ela namora o modelo Andrej Pejic, que recentemente realizou uma residesignação sexual e se tornou uma mulher transgenero. 

Erika Linder

Foto Facebook

Foto Unique.dk

Foto por Monica Schipper/Getty Images

Andreja Pejic

Andrej Pejic tem 24 anos, nasceu na Bósnia e atualmente mora na Austrália. Começou a carreira desfilando para moda masculina e feminina., logo que foi descorberto por uma agência. Em 2011, o modelo desfilou na semana de alta-costura de Paris com um vestido de noiva de Jean Paul Gaultier.

 

Recentemente Andrej fez cirurgia de residesignação sexual (mudança de sexo), e agora se chama Andreja. "Quero compartilhar minha história com o mundo, porque acho que tenho uma responsabilidade social", disse à revista People (2015).

 

O modelo que é o queridinho das passarelas de alta costura por suas características anrogenas, já pensava em mudar de sexo desde os 13 anos, porque sabia que poderia ficar com o corpo parecido com o seu pai e seu irmão. Então ele controlou o avanço da puberdade com remédios.

 

Em seu instagram, Andrej, agora Andreja, agradece o apoio: "Sou a mesma pessoa, apenas com outro sexo. Espero que todos entendam".

 

Pejic modelando no desfile do estilista Marc Jacobs em Paris Fashion Show

Dois em Um: não é marketing, é androginia!

 Conheça o andrógino que curte heavy metal, se maquia e usa peças femininas

Por Leonardo Amorim

    Renatho Martins

       Para quem vivencia a androginia como uma identidade, ela é uma espécie de válvula de escape da atual sociedade heteronormativa binária, na qual prevalece a dualidade macho / fêmea. Mais do que uma tendência exuberante, o caráter andrógino permite que o indivíduo transite entre os universos masculino e feminino de maneira fluída, sem se preocupar com rótulos. Tal sensação é descrita pelo músico Renatho Martins Assunção. “A androginia é a minha essência”, caracteriza. Cabelos longos e sedosos, traços faciais delineados e meigos, corpo magro e alto. Assim seria um breve retrato falado do jovem de 18 anos, que vive em Belo Horizonte, e exibe nas redes sociais uma aparência dúbia, capaz de causa confusão à primeira vista naquele que tentar decifrar o seu gênero.

Mas não pense que tal fato o incomoda. “Amo quando dizem que me pareço com uma garota. Acho isso um máximo! Até agradeço a pessoa. É sinal de que reconhecem a minha identidade andrógina”, afirma. Ele ainda diz que, no modo de tratamento, não faz distinção entre pronomes. “Tanto faz pra mim ser ele ou ela”, pontua.

    O processo de descoberta da identidade andrógina ocorreu em plena adolescência, por volta dos 15 anos. Foi por meio de amizades com indivíduos aparentemente ambíguos é que Renatho se conscientizou, de fato, sobre o que era a androginia. “Quando tive o meu primeiro contato com andróginos, me identifiquei de cara”, conta. Porém, o fenômeno não era novidade, pois já tinha visto fotos de pessoas com feições androgínicas e notara semelhança entre elas e sua própria imagem.

 

No entanto, a androginia sempre esteve presente, de certa forma, na vida do jovem. “Bem antes de adotar o visual andrógino, eu já tinha uma fisionomia bastante delicada”, salienta.  Ocasiões em que pessoas o tratavam como menina não fogem à memória. Em uma delas, durante uma viagem de avião, estava acompanhado da mãe quando uma aeromoça a indagou: “O que sua filha irá querer?”. Ainda quando era criança, lembra também de uma vez em que o confundiram com uma prima. “Perguntaram para minha avó se eu era a Sara”, diz.

      Além desses casos, o jovem andrógino se recorda especialmente de um que envolveu o lendário e famoso ex-jogador do Galo (vulgo Atlético Mineiro), Dadá Maravilha. Em uma brincadeira de pique – esconde com os amigos no prédio em que morava, Renatho se escondeu no elevador e deu de cara com o ex-craque e, também, seu vizinho. “Ele (Dadá) olhou pra mim e me cumprimentou chamando de “princesa”. Por conta disso, os meus amigos me zoaram por um bom tempo”, relata., finaliza.

Fotos por Jana Simão

          Renatho, que ama música clássica, tem o sonho de se tornar regente musicista. “Toco flauta transversal, flauta doce, pífano, violão, guitarra e um pouco de piano”. O jovem cursou uma escola de música por um tempo e em casa, se dedica a ensaios cotidianos. Atualmente, ele não trabalha e nem estuda. Concluiu o ensino médio no ano passado e teve como último emprego o cargo de vendedor em uma loja de artigos para festas.

           Além do talento com diversos instrumentos, o multi-instrumentista é fã de rock n´roll, mais especificamente, do heavy metal. Bandas como Mago de Oz, Tuatha de Danann, Angra, Sepultura, Korzus, Faun e Iron Maiden estão na playlist musical do andrógino. A admiração por tais artistas também está caracterizada em itens do vestuário como camisetas estilizadas e acessórios góticos como pulseiras, braceletes e colares. Apesar de adotar o estilo “roqueiro” e conviver com pessoas do meio, Renatho revela que muitos o questionam sobre o gosto pelo rock. “É tudo muito rotulado. Quando se fala de alguém que pertença ao universo LGBT ou andrógino, logo se imagina preferências por divas pop ou cantoras drag. Gostar de metal é algo incomum nesse grupo. Sou quase uma exceção”, explica. Entretanto, tal condição não o isenta dos riscos de ser vítima de homofobia, machismo ou conservadorismo, características que segundo ele, estão presentes na cultura dos roqueiros / metaleiros.

        Quando o assunto é religiosidade, Renatho garante que religiões cristãs não é a sua praia. Mas apesar disso, considera-se um entusiasta da mitologia celta pagã. Figuras de entidades metafísicas, como a deusa Dana, e rituais da bruxaria verde (que trabalha com o poder das ervas medicianais), são elementos que fazem parte de sua crença. “Sou um grande admirador das músicas pagãs. Elas, em sua maioria, possuem uma linha rítmica de uma cultura específica com temáticas religiosas e transcendentais, originadas do paganismo”, manifesta.  Em casa, o jovem é obrigado a professar sua fé às escondidas, já que a mãe é pastora de uma igreja evangélica e abomina práticas que sejam anticristãs. Aliás, o relacionamento com a mãe é delicado. Por diversas vezes, o músico lembra ter sido reprimido por causa do caráter andrógino e por ter livros de conteúdo pagão. “Ela já me disse que não criou filho para ser “bicha” e nem “bruxo”. Vive falando que sou um homem de Deus”, reclama.

Embora o convívio com a mãe seja desafiador, Renatho afirma que a maioria dos familiares são conservadores e reprovam o seu jeito afeminado. Por isso, é comum ouvir de algum parente frases coercitivas do tipo “Engrossa essa voz!”, “Anda direito!”, “Senta igual homem!”, “Parte esse cabelo direito!”, “Tira esse lápis do olho!” e “Troca de roupa! Você está parecendo bicha!” .  Mas o andrógino nunca levou nenhuma delas a sério. “Pra mim, tudo o que eu faço é legal. Só que pra eles, soa como constrangedor”, expõe.

Ainda que passe por situações repressoras ou discriminatórias no âmbito familiar, o jovem sempre teve o apoio e o carinho dos amigos. “Quando estou com eles, o preconceito é quase nulo. Aonde chego, sou muito popular”, ressalta. Tal popularidade pode ser comprovada através dos números expressivos de likes e dos comentários badalados e cheios de elogios em seus posts nas redes sociais.

Com o atual “boom” da tendência andrógina nas vertentes culturais como a moda e a música, o jovem acredita que o mercado das artes é mais propício para que um andrógino tenha sucesso.

 

Amor sem gênero e sem sexo

           Pansexual convicto, Renatho descreve abertamente o amor como um sentimento natural, que não distingue gênero ou sexo. “Tenho o direito de amar quem eu quiser”, declara. Sobre a sua sexualidade, demonstra não possuir atração por um estereótipo específico: “Já fiquei com transexual, travesti, garotas héteras, gays, bissexuais e até mesmo andróginos”, conta. Tais experiências, de acordo com o jovem, aconteceram espontaneamente entre amigos e conhecidos. “Somos uma galera liberal. Então acaba que coisas desse tipo, sempre rola”, revela.

Defensor da diversidade sexual e de gênero, o andrógino usa o Facebook para fazer críticas árduas e irônicas a comentários preconceituosos contra à comunidade LGBT, além de promover discussões sobre direitos humanos. “Você tem que ter amor próprio para não pirar com tanta discriminação”, enfatiza.

         Apesar de expressar publicamente a identidade andrógina, “fantasmas” como o da homofobia e da transfobia o rodeiam. “A androginia é uma arte para mim. É o modo como me sinto bem. Mas às vezes, bate uma insegurança quando vejo casos de violência”, assume o adepto do pansexualismo, que se refere aos assassinatos contra a população LGBT.

Melhor do que se preocupar com os dilemas e estigmas impostos pela sociedade heteronormativa binária, para Renatho Martins Assunção, é vivenciar a essência andrógina de corpo e alma. “Eu uso e abuso da minha androginia. A meu ver, ela me permite ser livre para eu ser quem eu quiser”

Fotos Por Jana Simão

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